Um novo jeito de servir

“Somos uma empresa que pode dar continuidade a um princípio educacional baseado no carisma dos seus fundadores.” A afirmação é do diretor-geral do Grupo UBEC, Artur Nappo Dalla Libera. À frente das atividades desde 2020, Artur assumiu o cargo em um cenário de pandemia e intensas transformações estratégicas e operacionais. Nesta entrevista, ele compartilha um pouco da experiência dos desafios, planos e investimentos envolvidos na nova estrutura institucional.

Em março de 2020, a União Brasileira de Educação Católica – UBEC deu início ao projeto “Diálogos de Pastoralidade”, uma agenda de encontros virtuais que traz na pauta temas pertinentes não só à educação católica, mas à formação integral de todas as pessoas que fazem parte do Grupo, como da sociedade em geral.

O projeto nasce como uma oportunidade de promover encontros e diálogos importantes. Foi pensando ainda antes do contexto do distanciamento social, porém se potencializou dentro das exigências da pandemia, promovendo encontros de afeto e reflexão.

“Abrimos espaço para conversas sobre assuntos que dialogam com a educação católica integrada aos grandes temas da contemporaneidade”, ressalta o coordenador de Pastoralidade do Grupo UBEC, Joaquim Silva.

 

Desde o início da sua gestão no grupo UBEC, aconteceram algumas mudanças, a primeira delas a nova estrutura institucional. Explique melhor quando foi/será concluído? 

A educação vem passando por grandes mudanças nos últimos anos, o momento atual fez com que planejamentos de médio e longo prazo fossem remodelados para atuações mais presentes e espaços mais curtos de tempo. Entendo que para adequar processos e melhorar o processo de gestão o caminho inicial é entender como a instituição funciona e a estrutura organizacional é o que espelha este processo. A primeira fase do processo já foi concluída e no momento estamos validando o processo matricial da nossa estrutura o que fortalecerá ainda mais o nosso processo de gestão.

 

Qual a motivação – estratégica e operacional – para este movimento de mudança? 

O coração da nossa instituição são as pessoas e foi esse o grande fator de motivação para mudança. A pandemia trouxe ainda mais desafios no desenvolvimento das pessoas, fatores como medo, ansiedade e desconfiança ainda rondam em nosso meio. O pensamento estratégico para mudança é dar mais transparência e equidade aos processos, o que está fortemente alinhado ao nosso modelo de Governança Corporativa.

 

Quais as principais modificações estruturais e de ambiência no EC e nas Unidades? 

Com relação às unidades de missão, temos um planejamento de melhorar os espaços de atendimento e acolhimento de nossos alunos. Estamos, também, pensando em novos espaços de salas de professores. Nas estruturas administrativas a grande mudança ocorreu no Escritório Central, separando as áreas vinculadas à presidência do Conselho e a área Executiva, novos espaços de reuniões e uma nova estrutura de Call Center. Ainda estamos testando o modelo de home office, pois acreditamos que algumas funções podem se beneficiar disso.

 

Como a nova estrutura institucional reverbera na qualidade da entrega dos serviços educacionais? 

Tenho um princípio na minha gestão e que move minhas ações: se os processos estiverem nos lugares corretos (independente onde estejam) e a comunicação for eficiente e clara nosso aluno será beneficiado com o melhor dos nossos serviços. A proposta de uma nova estrutura busca atender tendo sempre como objetivo final a qualidade para nossos alunos.

 

Poderia comentar a relação custo x benefício da nova estrutura? 

Quando deixarmos claros a estrutura, com as funções nos seus devidos lugares, a ineficiência ou possibilidade de melhoria nos processos começam a aparecer, isso gera todo um novo planejamento de ações que contribuem na otimização dos recursos e consequentemente nas questões econômicas da instituição.

 

Poderia comentar sobre as mudanças no organograma do Grupo? 

Nas Instituições de Educação Básica e Ensino Superior, a principal modificação foi o ajuste das áreas que ficam sob gestão dos Reitores ou Diretores de nossas unidades, por exemplo, Gestão de Pessoas, Jurídico, Pastoralidade e Ouvidoria. No caso do Escritório Central, a principal mudança foi a extinção dos cargos de gerências, que foram transformadas em coordenações gerais. Mudanças também com a unificação da área de Comunicação e Marketing com a área Comercial, reposicionamento de algumas áreas com funções mais estratégicas como: Business Intelligence, Tecnologia Educacional, Procuradoria Jurídica e Compliance foram realizadas.

 

Na sua percepção, como essas mudanças dialogam com o novo normal e os desafios do cenário pandêmico? 

O cenário pandêmico afetou a todos os setores e principalmente as relações no ambiente de trabalho. O setor de educação, diferente de outros setores que conseguiram se adaptar mais facilmente ao “home office”, tem particularidades que ainda nos desafiam neste “novo normal”.

 

A adequação das estruturas e organização dos setores visa uma gestão mais autogerenciável que tem autonomia e responsabilidade o suficiente para cuidar das próprias entregas com excelência. Esse desafio já existia e foi antecipado com os desafios da pandemia.

 

Quais as principais medidas adotadas pelo grupo no enfrentamento ao novo coronavírus? 

Todas as nossas unidades seguiram rigorosamente o protocolo de segurança interno, que é acompanhado rigorosamente pela área de segurança e medicina do trabalho do Grupo.

 

Grande parte da área administrativa trabalhou de home office e algumas ainda permanecem. No ensino superior, as aulas teóricas foram adaptadas para transmissão virtual e as aulas práticas seguiram todo protocolo de segurança e distanciamento e foram ministradas de forma presencial. Na educação básica, no início da pandemia, março de 2020, todas as aulas passaram para transmissão virtual e somente no início deste ano começaram a retornar de forma híbrida seguindo distanciamento e com toda segurança necessária aos alunos e colaboradores.

 

Qual o sentimento da gestão do grupo frente aos desafios da pandemia e o cuidado com as pessoas? 

Como já comentei anteriormente, o coração da nossa instituição são as pessoas. A pandemia nos colocou em alerta pois nosso “coração” estava sofrendo uma ameaça e não sabíamos como e quais remédios utilizar. Não paramos nem um momento de buscar caminhos e soluções para isso. Tivemos momentos de alegria, de muita tristeza, erramos, acertamos, propusemos mudanças, testamos e ainda estamos focados em achar o melhor do cuidado. O departamento de gestão de pessoas do Grupo já passou por suas mudanças e estamos caminhando para uma nova estrutura onde o pilar central é o Desenvolvimento Humano dos nossos colaboradores. Algumas ações pontuais estão sendo realizadas, como por exemplo, o projeto Oásis que tem como objetivo promover cuidado, acolhimento, afeto e leveza para o nosso dia a dia. Mas deixo aqui meu compromisso de um novo modelo de gestão de pessoas da nossa instituição.

 

Algum fato ou experiência importante para destacar neste contexto das mudanças? 

Eu trabalho mudança com o seguinte pensamento: Sair de um ponto A e chegar a um ponto B considerando que o ponto B precisa ser melhor que o A. Isso move o nosso modelo organizacional, ou seja, se ficarmos parados somos atropelados e se não nos movimentarmos, atrofiamos. Isso nos deixa uma luz que é: a mudança faz parte da nossa gestão e isso está no nosso dia a dia. Meu destaque aqui é: Somos movidos pela nossa missão e a partir dela entregar o melhor de cada um em tudo que realizarmos, essa é a principal mudança que podemos fazer a cada dia.