Equidade e inclusão para valorizar as pessoas

Rampas para mobilidade, softwares para deficientes visuais, banheiro com acessibilidade, cadeiras adaptadas para pessoas com nanismo esses são exemplos do que é necessário ser feito para contratar pessoas com deficiência (PCD). Para isso, é preciso que a empresa se adapte à elas, não o contrário. Na UBEC, a mentalidade de abrir todas as vagas de emprego à PCDs é um diferencial. E mais: Da escola à faculdade, a jornada pedagógica de estudantes com deficiência.

O acesso ao mercado de trabalho é um cenário desafiador para muita gente. No caso das pessoas com deficiência (PCD), acolhimento e políticas afirmativas são essenciais para romper barreiras e alcançar uma colocação no mundo corporativo, respeitando a igualdade de direitos e a dignidade humana.

A União Brasileira de Educação Católica – UBEC em consonância com os valores institucionais de valorizar e respeitar as pessoas e suas diferenças, tem em seu quadro hoje, aproximadamente 100 educadores que são PCD e abre espaço para este tipo de contratação em todas as vagas anunciadas.

Estes profissionais PCDs da UBEC trabalham em diferentes áreas da operação, são docentes, estão na Reitoria, na Gestão de Pessoas e na área de TI. Um deles é o paulista André Luiz Sevilhano, coordenador de Marketing e Comunicação do Grupo. Conheça um pouco da história dele:

Reproduzir Vídeo Sobre Vídeo André

Conscientizar e cuidar é preciso!

Para receber o André no Escritório Central, a UBEC não precisou de muitas adaptações. “Já havia rampas, vagas de estacionamento, banheiros, sinalizações e softwares adaptados para oferecer condições equânimes aos PCD”, comenta a coordenadora de Gestão de Pessoas, Edlane Barbosa.
No Escritório Central da UBEC, diversos espaços são adaptados para atender PCD.

No Escritório Central da UBEC, diversos espaços são adaptados para atender PCD.

Na Universidade Católica de Brasília – UCB, uma campanha chamou atenção para a importância das vagas para pessoas com deficiência, mas dessa vez, foram as vagas de trânsito.

Em setembro de 2019, na oportunidade do Dia da Luta da Pessoa com Deficiência (21), o Serviço de Orientação Inclusiva – SOI usou o estacionamento do campus Taguatinga para promover uma ação de conscientização por um trânsito mais inclusivo.

Durante uma semana, cadeiras de rodas ocuparam o local em rodízio, levando mensagens como: “É só um minutinho!”, “Volto já”, “É rapidinho”, “Ninguém vai reparar!”, “Estou atrasado, esta vaga é mais próxima!”, frases comumente usadas por motoristas que insistem em estacionar nas vagas prioritárias.

Confira a reportagem no site da UCB

No refeitório, a pia e o microondas foram instalados em diferentes alturas

Além de alerta aos estudantes, comunidade acadêmica e visitantes sobre o respeito às vagas especiais, a ação também foi um chamado para o II Encontro de Acessibilidade e Inclusão, Seminário institucional do PIBID e Residência Pedagógica.

De acordo com a Pesquisa Nacional em Saúde – 2019, mais de 17 milhões de brasileiros  declararam possuir algum tipo de deficiência. Em Minas Gerais, está 9,5% dessa população. Confira nesta reportagem

No Centro Universitário Católica do Leste de Minas Gerais – Unileste, o público PCD recebe atendimento gratuito por meio do Centro Especializado em Reabilitação Física e Visual – CER II. Há mais de 10 anos que o local presta orientação, prescrição, avaliação, adequação, treinamento e acompanhamento da dispensão de órteses, próteses e auxiliares de locomoção. O CER II conta com uma equipe composta por especialistas multidisciplinares (enfermeiros, fisioterapeutas, médicos ortopedistas e oftalmologistas, psicólogos, fonoaudiólogos e terapeutas ocupacionais). 

Alinhado à Política Nacional de Inclusão da Pessoa com Deficiência e suas Diretrizes, o Centro Especializado de Reabilitação Física e Virtual (CER II) atende pacientes com deficiência físicas, motoras, sensoriais e visuais, encaminhados pelos serviços públicos de saúde de 87 municípios provenientes das microrregiões de Ipatinga, Coronel Fabriciano e Caratinga.

Em agosto de 2019, o CER II realizou a doação de 70 cadeiras de rodas adaptadas a seus pacientes. Cada uma delas foi fabricada de acordo com as medidas e necessidades funcionais para melhorar a locomoção e qualidade de vida dos cadeirantes. Ao longo do ano, foram realizados quase 8 mil atendimentos a pessoas com deficiência física e visual.

Em 2020, o CER II entregou 283 cadeiras de rodas e mais de 680 próteses, órteses e meios auxiliares de locomoção no último trimestre. Leia mais na reportagem

“Essa cadeira de rodas, feita especialmente para o Samuel, vai dar a ele um conforto maior para alimentação e deslocamento. Além disso, com os estabilizadores adaptados, vai auxiliar também na correção da postura. Antes, a alimentação dele era feita no colo, o que não era ideal, e com a cadeira de rodas e a mesa de atividades vai ficar tudo mais prático e adequado”, disse em entrevista ao Unileste, Kenner de Oliveira Brandão, pai de Samuel Gonçalves Brandão (14 anos), que possui paralisia cerebral e foi um dos beneficiados pela iniciativa.

Acolhida de profissionais PCD

Em março deste ano, a UBEC lançou o projeto “Equidade Acolhedora”, uma iniciativa  voltada à inclusão e à diversidade, em todas as Unidades de Missão do Grupo, contemplando gênero, raça, idade, orientação sexual e etnia.

“O “Equidade Acolhedora” tem tudo a ver com o jeito de ser da UBEC. Equidade no sentido de quem manifesta o senso de justiça, imparcialidade, respeito à igualdade dos direitos; e acolhedora, no sentido de cuidar, amparar e ter empatia”, ressalta Edlane Barbosa.

edlaner barbosa

Não é ideal que a gente faça nada a mais para o deficiente.
Sabe por quê? Por uma questão de respeito e de cuidado.
A pessoa com deficiência não pode ser tratada como uma
pessoa especial, mas sim como uma pessoa comum.

Edlane Barbosa

Desde a implementação do projeto, todo processo seletivo da UBEC precisa ter, entre os finalistas, uma pessoa com deficiência. Edlane explica que todos os tipos de PCD entram na cota estabelecida por Lei e que qualquer área pode acolher em suas atividades um trabalhador com deficiência.

Política de Ações Afirmativas de Defesa e Promoção dos Direitos Humanos e da Igualdade Étnico-Racial

A Política da UBEC tem o intuito de fomentar em toda a instituição a defesa prioritária dos direitos humanos, a garantia dos direitos das pessoas com necessidades específicas, assim como, colaborar, por meio da educação, com a redução dos contextos de desigualdade social e o combate a toda forma de violência, discriminação e preconceito.

“Com a Política, o Grupo pretende apresentar pressupostos, diretrizes e seus respectivos objetivos, além de alicerçar conceitos relacionados com o tema, determinar ações a serem desenvolvidas, assim como, por meio de ações afirmativas, em todas as Unidades de Missão”.

“Com lançamento do documento, o Grupo UBEC convoca educadores, estudantes e famílias para a construção de uma grande “aldeia educativa”, que promova o humanismo solidário, os direitos humanos e um outro mundo possível, na clareza de que Jesus de Nazaré segue inspirando o fazer educação em todos os espaços de atuação institucional”, explica o coordenador de Pastoralidade, Joaquim Alberto.

Existem vários tipos de PCD

Existem vários tipos de PCD: Auditivo, visual, físico, múltiplo (pessoas com mais de uma deficiência) e mental. Pela Lei de Cotas (lei 8.123), uma empresa com mais de 1 mil funcionários, como é o caso da UBEC, precisa reservar

5%

do quadro de funcionários para
este grupo de pessoas.

Educação Ambiental na Prática

Em 2020, a Revista Educanec publicou o artigo “Um olhar para a Educação e uma Educação para o olhar”. Assinado pela UBEC, o texto narra a experiência do Centro Educacional Católica de Minas Gerais – CECMG e do Unileste na jornada pedagógica de um estudante deficiente visual que chegou ao Grupo em 2008.

Na linha do cuidado e acolhimento com crianças PCD, em 2019, a Universidade Católica de Brasília lançou o Projeto Down. Criação de plataforma de jogos educacionais para avaliar o desenvolvimento cognitivo e motor de crianças portadoras de síndrome de down.

O CECMG sabe que o acolhimento de forma igualitária, contribui para construir e ampliar uma visão inclusiva. A escola tem dois estudantes PCDs: Sarah Silva Carlos e Lincon Assis Stolet.

Sarah conta que sente o carinho e o cuidado dos amigos da escola. Confira no vídeo. 

“A deficiência auditiva dificulta muito a comunicação com meus amigos. Para entender o que estão falando, eu utilizo a leitura labial, ou seja, é necessário que a pessoa esteja olhando para mim na hora de transmitir uma mensagem e também é importante que a pessoa fale com mais calma e clareza”, explica Lincon.

Fotos Lincoln

Ele comenta que a sociedade ainda está distante de se tornar inclusiva: “O tratamento dado às pessoas com deficiência auditiva é, de certa forma, ignorante. É importante a implementação de legendas na televisão, em videoaulas, enviar mensagens de texto ao invés de áudio”.

Para encurtar distâncias e dar significados reais à expressão “educação inclusiva”, as metodologias de ensino para o Lincon têm estratégias elaboradas junto à Coordenação Pedagógica. O processo de aprendizagem acontece de forma mediada, com acompanhamento de uma estagiária que faz as intervenções de acordo com as sinalizações dos professores.