UBEC no Vaticano: Educação presente no chamado cuidado com a casa comum

Uma agenda integralmente dedicada à Amazônia, promovendo ao mundo o olhar e as ações da Igreja Católica pela ecologia integral e do cuidado à Casa Comum. O evento aconteceu no Vaticano, em 2019, e a UBEC marcou presença.

Sim, o assunto é o Sínodo dos Bispos para a Região Pan-Amazônica.

Sínodo para Amazônia

Sob o tema “Amazônia: novos caminhos para a Igreja e para uma ecologia integral”, a agenda debateu o papel da Igreja Católica em defesa da Amazônia, de seus povos e os novos caminhos de evangelização para os povos da região.

A Assembleia foi realizada a partir de uma convocação do Papa Francisco, em outubro de 2019, e contou com a participação do episcopado, demais lideranças religiosas, missionários e especialistas dos países que compreendem a região amazônica para um debate sobre o papel da Igreja no cuidado da casa comum, na promoção da ecologia integral, em vista da conservação ambiental e o zelo pela vida em todas as suas formas.

A crise climática é uma realidade que já impacta todo o mundo. Diante de cenários com inúmeras urgências socioambientais e econômicas, a União Brasileira de Educação Católica – UBEC compreende que o compromisso com a mãe Terra, nossa Casa Comum, caminha de modo intrínseco com a educação.

IBGE

De acordo com dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais – Inpe, somente no mês de abril/2021, a Amazônia perdeu mais de 580 quilômetros quadrados de sua cobertura vegetal, número

43%

acima do identificado no mesmo período, em 2020.

Isso é o equivalente a, aproximadamente,

69

estádios de futebol.

Ao todo, 118 brasileiros participaram do evento. O presidente do Grupo UBEC, Pe. José Romualdo Degasperi, ressalta que “o convite para participar do Sínodo é sinônimo de orgulho e de muita responsabilidade, diante da crise ambiental que o mundo atravessa, e em especial a Amazônia.”

O Sínodo da Amazônia recebeu 120 bispos, advindos de países que compõem o território pan-amazônico, como de outras regiões do planeta. A Rede Eclesial Pan-Amazônica – REPAM teve papel fundamental na preparação do evento, como explica neste áudio o coordenador de pastoralidade da UBEC, Joaquim Alberto.

O Sínodo é um encontro de Bispos com o Papa, e acontece desde 1965, reunindo líderes para o debate sobre assuntos que podem ou não ser religiosos.

Resistência, esperança e profecia

Dentre os participantes, o coordenador de pastoralidade do Grupo UBEC, Joaquim Alberto, representou a instituição no processo sinodal como perito do Sínodo, e levou a educação católica brasileira nesta oportunidade de construção de horizontes e possibilidade juntamente com o Papa Francisco e lideranças de todo o mundo em um grande diálogo global.

Papa Francisco + Joaquim

“Foi uma experiência única, singular e muito significativa de contribuição com temáticas relacionadas com a educação, juventude, direitos humanos, entre outras pautas. para a educação, foi uma oportunidade de refletir sobre como os processos educacionais podem ser instrumentos de cuidado com a Casa Comum e de promoção da ecologia integral, promovendo novas humanidades e novos olhares para o planeta”, comenta Joaquim.

“Sabemos a importância que a Amazônia tem para o mundo e dos problemas que temos enfrentado. O Sínodo é uma resposta da Igreja que reforça o cuidado à Casa Comum” Pe. José Romualdo Degasperi

Nos preparativos…

“Debater esse tema é um gesto de profunda profecia, coragem, ousadia e esperança de provocar na humanidade um novo olhar, não só para a Amazônia, mas para todos os biomas”, declarou Joaquim semanas antes da agenda no Vaticano. Neste texto, Joaquim compartilha as impressões e sentimentos que teve na trajetória dos preparativos para o Sínodo da Amazônia.

Relator do Sínodo da Amazônia, o brasileiro Dom Cláudio Hummes, afirmou em entrevista ao portal de notícias G1 que as propostas da Assembleia procuram envolver e sensibilizar os próprios líderes da Igreja na região amazônica. “Não vamos dizer ‘façam vocês’, mas sim o que ‘nós devemos fazer’ como Igreja missionária e aberta ao diálogo”, explicou.